segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Tempo alado - Allyson Alves

E o tempo que se perde analisando bobagens,
Falando de coisas que só gastam o tempo?
É... Tempo veloz.
Tempo este que passa lento,
E tem por passatempo escassear-se com o tempo.
E o tempo que se luta, que se culta.
Tempo de eterna busca pra ser dono do próprio nariz,
Que está todo o tempo na nossa cara.
E tudo no seu devido tempo se embeleza, se ajusta
E se envelhece e se madura.
“Dê tempo ao tempo”.
Como se o tempo precisasse de mais tempo...
Já não basta o tanto que rouba de mim?
Tanto me toma, que mal tenho tempo
Para me atinar do furto.
E em pouco tempo, vou sendo tomado.
E depois de tanto tempo serei esquecido.
Enquanto há tempo, não me ponho calado
E nem me dou por vencido.
Ainda que a tempo de guerra com o tempo
Muitos têm lutado e tantos, tolos, perdido.
É ver que o tempo é um aliado.
Um bom e velho amigo,
Que há tempos me tem criado.
E é no vácuo desse tempo alado
Que estranho e me duvido, se,
É tão bom o tempo, pois me trouxe aqui,
Ou perigoso por não saber pra onde me tens levado?