Senhor, sei que não devo chorar
Mas por esse meu povo, alguém mais deve olhar?
Não é a paz do conforto,
Mas a da fome matar.
Não é a beleza do corpo
Que a seca vem judiar.
Senhor, sei que não devo implorar
Mas pra que mais serve o povo que morre de trabalhar?
Não é riqueza no bolso
Mais vale um pão no jantar.
Não é esmola, seu moço
Só o feijão pra ajudar.
Senhor, sei que não devo desistir
Mas vou morrendo aos poucos, sem ver meu povo sorrir.
Não é a seca, o dolo...
Mas quem me assiste, agir.
Não é fingir que não há morte
Chegando antes, pro fim.