terça-feira, 7 de agosto de 2012

Nos Damascos da Ceia de Natal - Allyson Alves.


Cada um tem seu tempo.
Dura um tempo;
Aprende um tempo,
Pratica um tempo,
Ensina um tempo,
E observa um tempo.
Cada um com seu tempo
Me fazendo entender como lidar com o meu.
Eu ainda quero durar, um bom tempo.
Pra ver no que dá, daqui a um tempo.
E se eu viver o mesmo tempo que viveu
Quero saber como é viver pra durar.
Quero durar pra ver com o seu olhar
Tudo aquilo que viveu e que o próximo viverá!
Quero sentir o cheiro de muitos tempos,
De muitas roupas, de muita gente,
De muitos ciclos, de muitos climas.
Compreender a cor de muitas modas
De muitos lugares, de muita gente.
Ouvir o som de muitas músicas,
De muitas épocas, de muitas crias.
E ouvir o som da minha voz envelhecida.
Não quero ter o seu tempo
Mas, se tiver, que seja meu
Todo esse tempo que Deus me deu.
No seu tempo, o meu pouco viveu,
Mas nesse pouco aprendi
Que o tempo não deixa fugir.
Se formos bons com ele
Ele nos dura mais.
De repente é isso.
Quero ser avô, tio, tio-avô,
Pai, padrinho, irmão...
Um moço, um homem,
Ou um velho senhor
Que dure uns tantos anos
Que ensine uns tantos jovens
Um tanto quanto me ensinou.
Quero lembrar um tanto de ti que ficou
E usar em um tanto de mim, como foi.
Um dia poder conhecer o sabor de algo novo
Depois de tudo que já provei.
E tentar lembrar de como era na última vez.
Não sei como ou quanto será meu tempo.
Vou durar o que tenho pra durar,
E qualquer dia te encontro
Pra ganhar aquele abraço
Nem um pouco delicado
Que eu gostava de ganhar.
Se for em tempo de festa
Eu levo os Damascos...
Mas até lá, terei tempo pra lembrar!

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