sexta-feira, 2 de maio de 2008

Número 3 – Subjetivo - Allyson Alves.

Eu passaria o resto das noites em claro
Se pudesse assistir, para sempre, o seu sono.
E ao lado de sua cama ficaria sentado
Guardando-a dos pesadelos que oferecessem incômodo.

Os meus olhos abertos e os lábios sempre cerrados
Te afastam de mim para uma vida distante,
Sou um covarde e você sabe
Não sou belo, nem rico, nem mais estranho.

Você perturba a minha paz
Me adoece do jeito que quero
Adoçou-me há tempos atrás
Agora reaparece e confunde todo o resto.

Por que sempre olha para o lado errado?
Sempre caminha contra o vento?
Você almeja o mesmo que eu.
Não sei como calcula o seu tempo.

Não culpo a ti porque bem sei
Que a solução eu sempre perco
A hora certa ou o lugar,
Perco você, logo, me perco...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Prefácio - Allyson Alves.

Queria ter apenas uma noite
Com alguém, para trocar um: boa noite!
Queria um lado sempre ao lado do meu
E outro lado reservado pra quando se cansasse.
Queria pelo menos que o futuro chegasse,
Pra ter o Elvis como companhia...
Queria um colo pra repousar a cabeça
E um sofa pra ver TV.
Queria um banho quente
Um espelho pra desenhar caretas
Queria uma máquina de milk shaks,
Queria um abraço, de surpresa.
Queria uma rede na varanda
Uma vista pra qualquer lugar
Queria ter, e seria simples,
Alguém para, sem pressa, poder olhar.
Queria um balanço no quintal
Queria dois segundos de atenção.
Queria uma mão pra segurar,
E sair pra passear.
Queria um simples lugar.
Pro meu violão.
E uma doce canção
Ter à quem dedicar.
Queria ser feliz do único jeito q consigo
Queria alguém, fora de perigo, pra poder ajudar.
Queria tanto falar, dizer e declamar,
Só metade do que escrevo.
Queria um rosto meigo
Pra um beijo roubar.
Queria só um momento...
Pra guardar no meu esquecimento...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Tristonha - Allyson alves

Vários discursos, com outras palavras,
Diz o curso do rio pra onde vão as águas,
Um dia, num copo, alguém beberá,
E numa tarde tristonha, faz brotar: lágrima.
Quem chora e esconde por vergonha
Não sabe quão normal é a dor,
Se até a lua esconde a cara
Quando acorda de mau-humor.
A luz do dia incide e cansa
E a noite encanta um feitiço novo
Quem dorme, perde o balé das sombras,
Eclipse da luz entre o chão e o corpo.
Uma questão me preocupa a razão
E faz-me pensar por momentos: sou louco?
Será melhor perder alguém para a vida?
Ou será que, para a morte, nos traz mais conforto?
Lições da vida para engavetar
Como um bilhete antigo e infiel,
Que a gente odeia e quer rasgar
Mas não sabe qual opção é mais cruel.

terça-feira, 25 de março de 2008

Assim eu vejo - Allyson Alves.

Crescer é respeitar o crescimento do próximo;
Sabedoria é discernimento;
A conquista é o produto de muitas derrotas;
A alegria se dá no descuido da tristeza;
Felicidade é ter a quem fazer feliz;
A dor é o preço do fortalecimento;
A ganância é a cegueira da fé;
A perfeição é o último número do infinito;
Paz é caridade;
Amizade é benção;
Solidão é provação;
Ter coragem é enfrentar a própria vida;
Carinho é um abraço sincero;
O prazer é um doce que veio de brinde;
O Amor é o prêmio;
Amar... Ainda é uma incógnita.

domingo, 23 de março de 2008

Reflexão

Oi gente, tudo bem?
Estava aqui me perguntando se as pessoas que visitaram este blog realmente gostaram dos textos que postei, rs.
Para hoje, deixo apenas uma curta reflexão que surgiu para mim outro dia:

"Perceba a solidão no instante em que o único som que ouvir, for o de sua própria voz."

Obrigado pela atenção, até a próxima!

sábado, 22 de março de 2008

Retrato Vivo - Allyson Alves

Sou um retrato vivo
de alguém que não existe mais.
Tenho um coração espaçoso,
repleto de quartos vagos, com beliches sem donos.
Me dei ao luxo de viver
sem saber ao certo de quê se tratava.
Sou uma forma inconstante
de pensar e agir, com motivos ou não.
Aluno indisciplinado de uma escola
chamada sofrimento;
Na sala de aula do próprio pensamento
onde os colegas são lembranças boas e ruins.
Sou...por bem ou por mal,
mais ou menos assim.
Sou um corpo livre por aí,
e uma alma trancada em mim.
Posso ver o céu e imaginar o inferno.
Posso apenas viver pra ver a vida passar.
Falando assim, posso até destoar
de quem quer que esteja lendo;
E distraído, no final das contas,
podes não perceber, que posso ser como você!

quinta-feira, 20 de março de 2008

O Desatento - Allyson Alves.

Vivo atormentado
por lembranças do passado,
marcas que ficaram
em frente e verso, de lado-a-lado.
Vivo porque isto
ainda é involuntário.
Vivo como roupa velha
esquecida no armário.
Vivo por tão pouco
e tão pouco vivo pelo que tenho,
cedo ou tarde serei só osso;
Enquanto moço, só isso eu temo.
Vivo me vendo passando um veneno
de noites tão longas e dias pequenos,
sentindo chuva, trovão e vento
onde há apenas sereno.
Vivo de histórias
que eu mesmo invento:
Contos de fadas,
pobres lamentos.
Vivo calado e sigo dizendo:
Palavra boa, só escrevendo,
quando se fala não se percebe,
quando se ouve está desatento.