Desejo de procurar minha casa,
Fazer a mala, pôr o pé na estrada,
Seguir viagem.
Calar-me pra ver se os ouvidos descansam.
Ir até a montanha e roubar-lhe um pouco do ar.
Trancar meus sentimentos no peito, abrir os olhos,
Praquilo que eu já conheço, mas rever de um novo jeito.
Desejo de procurar minha casa,
Acreditar na estrada, tomar coragem.
Me fazer vingar até a estiagem.
Escrever pra descansar a boca.
E ler pra ter no que pensar.
Escolher que humor vestir.
E deixar este amarelar no guarda-roupa.
Desejo de procurar minha casa,
Saber que a vida está de passagem,
Fazer a estrada. Na mala: coragem!
Pensar pra não me perder.
Dormir para que os sonhos me venham
Assombrar, estimular, entreter.
Acordar pra me refazer.
Desejo de procurar minha casa,
Me vestir de coragem, inventar a passagem,
Seguir viagem!
Esquecendo os bolsos vazios.
Tapeando a fome de alívio, a sede de escritos,
Que eu mesmo crio.
Ninguém me impede. Se tentam, eu rio.
Desejo de procurar minha casa,
Não sei se perdida, não sei se guardada.
Pintada de idéias. Cheia de graça!
Tropeços me atrasam o ritmo.
Levanto, e logo me sigo.
Sem mapa, sem rumo...
Só Deus e o caminho.
Desejo de encontrar minha casa,
Do lado de fora parece de palha.
Que venham os ventos. Nada ameaça!
Um comentário:
Que lindo, já falei que sou apaixonada pelo seu eu-lirico, né? E há cada dia ele me surpreende mais, to ficando apaixonada...
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