Acometido de uma certa estranheza...
Eu não tenho certeza.
Daquilo que penso, não sei o que é certo
Ou o que é besteira.
Acometido de uma certa frieza...
Parece rancor, parece tristeza,
Assim de mau humor
Me falta destreza
Pra que nessa confusão eu sincronize
O tempo da raiva, e o de respirar...
Respirar para sufoca-la.
Acometido de qualquer estupidez
Eu desconto em pobres humanos
Que pagam por estar ao meu entorno
Eu seco as palavras, e mesquinho o olhar
Eu ouço o que quero, e falo quando quero falar
Eu, sem saber por que, espero
E das pessoas, nunca se pode esperar
Porque cada um vive pra si
E por viver para si, se esquecem como se vive.
E acometido de qualquer insanidade
Eu piso em falso, derrubo alguns sonhos
E tentando me manter de pé, me seguro
Em gente que sequer conhece o próprio caminho.
Eu não sei do meu pra onde vai.
Mas sempre que posso, escolho a direção.
Acometido de alguma distração
Esqueço pra onde apontei.
E cada vez que me procuro nas trilhas
Me perco no enorme labirinto
Das pessoas que eu encontrei.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
Quando acontece de acontecer - Allyson Alves
“O que acontece é que sempre me acontece de algo acontecer.
Mas quando eu quero que aconteça nada me acontece,
Nem aconteço eu, nem acontece você.
E se não acontecemos, nada pode acontecer.”
Mas quando eu quero que aconteça nada me acontece,
Nem aconteço eu, nem acontece você.
E se não acontecemos, nada pode acontecer.”
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Eu tinha 16... ou 23... - Allyson Alves
Como é que vou dizer tudo que te quero dizer
Se eu nunca sei o que dizer quando vejo você?
E se eu nunca sei o que dizer quando vejo você,
Como vai saber que eu gosto de você?
E como vou gostar de você como eu quero
Se você não souber que eu gosto de você?
E como eu posso querer que me goste
Se nem isso eu consigo dizer?
E como você vai gostar-me sem saber
Que eu gosto de você, se quando eu te vejo,
Eu fico, sem querer, sempre sem saber,
O que eu digo pra você?
Resolvi escrever:
“Menina dos olhos bonitos, da pele que me encanta,
Das vezes que não vejo, imagino por onde andas.
Um dia, de surpresa, paro em frente à sua varanda
E com voz desafinada canto pra que lance as tranças.
Menina bela, de quando eu tinha 16... talvez 23...
Passa pela minha cabeça, nunca pela janela.
Mas eu fico na espera, que quando a porta estiver aberta
Numa certa primavera, você se anime a entrar.”
Se eu nunca sei o que dizer quando vejo você?
E se eu nunca sei o que dizer quando vejo você,
Como vai saber que eu gosto de você?
E como vou gostar de você como eu quero
Se você não souber que eu gosto de você?
E como eu posso querer que me goste
Se nem isso eu consigo dizer?
E como você vai gostar-me sem saber
Que eu gosto de você, se quando eu te vejo,
Eu fico, sem querer, sempre sem saber,
O que eu digo pra você?
Resolvi escrever:
“Menina dos olhos bonitos, da pele que me encanta,
Das vezes que não vejo, imagino por onde andas.
Um dia, de surpresa, paro em frente à sua varanda
E com voz desafinada canto pra que lance as tranças.
Menina bela, de quando eu tinha 16... talvez 23...
Passa pela minha cabeça, nunca pela janela.
Mas eu fico na espera, que quando a porta estiver aberta
Numa certa primavera, você se anime a entrar.”
A Peça - Allyson Alves
“Acontece que me deu vontade de pregar um prego na peça que essa vida me prega.
Eu que não me prendo pregando moralismos e nem peco (tanto) por falsas promessas.
Se algo me presta, não empresto. Me emprego como presidente: sempre presente.
Ainda não sei se prezado ou previsível, predador ou presa... Prisioneiro do que prezo?
Previsivelmente me pego prestando atenção na peça que essa vida me prega...”.
Eu que não me prendo pregando moralismos e nem peco (tanto) por falsas promessas.
Se algo me presta, não empresto. Me emprego como presidente: sempre presente.
Ainda não sei se prezado ou previsível, predador ou presa... Prisioneiro do que prezo?
Previsivelmente me pego prestando atenção na peça que essa vida me prega...”.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Me apego - Allyson Alves
Me apego na fé
Quando o horizonte não alcanço com os olhos;
Quando minhas pernas tremem ao ficar de pé;
Quando meu corpo não acorda pela manhã;
E minhas palavras não tem coragem de soar.
Me apego na fé
Quando o sol parece não me aquecer;
E a água, parece não me lavar;
Quando de mim começo a esquecer;
E coisas vãs tentam me carregar.
Me apego na fé
Quando minhas mãos param de escrever;
E minha voz se cansa de cantar;
Quando tudo me parece doer;
E só o mau humor faz de mim seu lar.
Me apego na fé
Por todos os que me amam;
Pelos que em mim depositam confiança;
Pela esperança que ainda sou;
Para aqueles que até mesmo desconheço.
Me apego na fé
Por que é dela que vive o homem;
Que vem a força que já não sentia;
E o carinho do eterno abraço;
Que vem do Divino, me amparar.
Me apego na fé
Por que no desânimo do meu caminho;
Existe Alguém que nunca me deixa sozinho;
E por mais que encontre pedras, até o meu destino;
A fé me faz continuar!
Quando o horizonte não alcanço com os olhos;
Quando minhas pernas tremem ao ficar de pé;
Quando meu corpo não acorda pela manhã;
E minhas palavras não tem coragem de soar.
Me apego na fé
Quando o sol parece não me aquecer;
E a água, parece não me lavar;
Quando de mim começo a esquecer;
E coisas vãs tentam me carregar.
Me apego na fé
Quando minhas mãos param de escrever;
E minha voz se cansa de cantar;
Quando tudo me parece doer;
E só o mau humor faz de mim seu lar.
Me apego na fé
Por todos os que me amam;
Pelos que em mim depositam confiança;
Pela esperança que ainda sou;
Para aqueles que até mesmo desconheço.
Me apego na fé
Por que é dela que vive o homem;
Que vem a força que já não sentia;
E o carinho do eterno abraço;
Que vem do Divino, me amparar.
Me apego na fé
Por que no desânimo do meu caminho;
Existe Alguém que nunca me deixa sozinho;
E por mais que encontre pedras, até o meu destino;
A fé me faz continuar!
Guria - Allyson Alves
Guria dos olhos que nunca me olharam;
Da pele que nunca senti o calor;
Da voz que eu nunca ouvi;
Do sorriso que nunca vi sorrir.
Guria de perto, de longe de mim.
Das idéias que faz, e das que faço de ti.
Guria das Gerais, geralmente... Por ali...
Dos versos tímidos, que aqui escrevi.
Guria das muitas palavras.
E que do simples, me pergunta, algo assim.
Das imagens que produzo, nessa mente cineasta;
Das conversas que temos, sem que a voz se faça ouvir.
Guria da face disfarçada,
E das tiradas engraçadas, e das que tiram do sério.
Das meias palavras...
E das que eu digo, sempre sincero.
Guria do olhar brilhante e do desfocado,
Que deve ser culpa da minha própria vista.
Guria que nem sei por que assim chamei,
Se de mim nada sabe... E de ti pouco sei.
Da pele que nunca senti o calor;
Da voz que eu nunca ouvi;
Do sorriso que nunca vi sorrir.
Guria de perto, de longe de mim.
Das idéias que faz, e das que faço de ti.
Guria das Gerais, geralmente... Por ali...
Dos versos tímidos, que aqui escrevi.
Guria das muitas palavras.
E que do simples, me pergunta, algo assim.
Das imagens que produzo, nessa mente cineasta;
Das conversas que temos, sem que a voz se faça ouvir.
Guria da face disfarçada,
E das tiradas engraçadas, e das que tiram do sério.
Das meias palavras...
E das que eu digo, sempre sincero.
Guria do olhar brilhante e do desfocado,
Que deve ser culpa da minha própria vista.
Guria que nem sei por que assim chamei,
Se de mim nada sabe... E de ti pouco sei.
domingo, 13 de junho de 2010
Havana - Allyson Alves
Havana, 16 de maio de 2010.
Olá amiga Ana, como vai? Penso que aí no Brasil, as coisas continuam fluindo bem, como sempre, mesmo que no “jeitinho brasileiro”.
Hoje, exatamente, completam-se dois anos desde que vim para Cuba. O trabalho com música aqui é muito interessante, diria fascinante, inclusive. O grupo se apresenta três vezes por semana aqui na capital, e, não fosse pelo meu espanhol fajuto, acho que sou quase um “cubano nato”. Por ironia do destino, me apelidaram de Castilho...
Estava imaginando que você iria gostar daqui. A povo tem um “Q” de brasileiro.
Um povo bem bonito, e os negros daqui não são como os negros daí. Ainda não descobri o que têm de diferente, mas a alegria deles é contagiante, até mesmo dentro das circunstâncias da política e da economia castrista. O regime não afeta o meu trabalho, nem meus estudos, o lado econômico é um pouco complexo, às vezes falta o que comprar, e onde comprar coisas simples às vezes.
Hoje acordei com saudades do Brasil, por isso resolvi escrever algumas cartas, para os amigos e parar a família. Normalmente, me sinto bem por aqui, é bem quente durante o dia e essa parte me incomoda, como incomodava ai, mas as noites são sempre musicais. Como disse, escrevi ao meus brasileiros, espero poder receber suas cartas, mesmo que nos falemos por internet, eu ficaria imensamente feliz de poder lê-los no papel, lembrando de como são suas vozes e trejeitos ao falar.
Já está tarde aqui, hoje teve apresentação do grupo (e para quem não leva jeito pra dançar salsa, eu até que estou tocando direitinho), por incrível que pareça, o cansaço está se chegando. Não vou me alongar mais nessas palavras escritas. Espero, de coração que todos estejam bem, e felizes, pretendo estar de volta para o Natal deste ano, e se for possível, rever todos vocês. A saudade me aperta o peito. Fiquem com Deus!
Um grande beijo, e abraços de óculos escuros!!
Allyson “Castilho” Alves.
Olá amiga Ana, como vai? Penso que aí no Brasil, as coisas continuam fluindo bem, como sempre, mesmo que no “jeitinho brasileiro”.
Hoje, exatamente, completam-se dois anos desde que vim para Cuba. O trabalho com música aqui é muito interessante, diria fascinante, inclusive. O grupo se apresenta três vezes por semana aqui na capital, e, não fosse pelo meu espanhol fajuto, acho que sou quase um “cubano nato”. Por ironia do destino, me apelidaram de Castilho...
Estava imaginando que você iria gostar daqui. A povo tem um “Q” de brasileiro.
Um povo bem bonito, e os negros daqui não são como os negros daí. Ainda não descobri o que têm de diferente, mas a alegria deles é contagiante, até mesmo dentro das circunstâncias da política e da economia castrista. O regime não afeta o meu trabalho, nem meus estudos, o lado econômico é um pouco complexo, às vezes falta o que comprar, e onde comprar coisas simples às vezes.
Hoje acordei com saudades do Brasil, por isso resolvi escrever algumas cartas, para os amigos e parar a família. Normalmente, me sinto bem por aqui, é bem quente durante o dia e essa parte me incomoda, como incomodava ai, mas as noites são sempre musicais. Como disse, escrevi ao meus brasileiros, espero poder receber suas cartas, mesmo que nos falemos por internet, eu ficaria imensamente feliz de poder lê-los no papel, lembrando de como são suas vozes e trejeitos ao falar.
Já está tarde aqui, hoje teve apresentação do grupo (e para quem não leva jeito pra dançar salsa, eu até que estou tocando direitinho), por incrível que pareça, o cansaço está se chegando. Não vou me alongar mais nessas palavras escritas. Espero, de coração que todos estejam bem, e felizes, pretendo estar de volta para o Natal deste ano, e se for possível, rever todos vocês. A saudade me aperta o peito. Fiquem com Deus!
Um grande beijo, e abraços de óculos escuros!!
Allyson “Castilho” Alves.
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