Havana, 16 de maio de 2010.
Olá amiga Ana, como vai? Penso que aí no Brasil, as coisas continuam fluindo bem, como sempre, mesmo que no “jeitinho brasileiro”.
Hoje, exatamente, completam-se dois anos desde que vim para Cuba. O trabalho com música aqui é muito interessante, diria fascinante, inclusive. O grupo se apresenta três vezes por semana aqui na capital, e, não fosse pelo meu espanhol fajuto, acho que sou quase um “cubano nato”. Por ironia do destino, me apelidaram de Castilho...
Estava imaginando que você iria gostar daqui. A povo tem um “Q” de brasileiro.
Um povo bem bonito, e os negros daqui não são como os negros daí. Ainda não descobri o que têm de diferente, mas a alegria deles é contagiante, até mesmo dentro das circunstâncias da política e da economia castrista. O regime não afeta o meu trabalho, nem meus estudos, o lado econômico é um pouco complexo, às vezes falta o que comprar, e onde comprar coisas simples às vezes.
Hoje acordei com saudades do Brasil, por isso resolvi escrever algumas cartas, para os amigos e parar a família. Normalmente, me sinto bem por aqui, é bem quente durante o dia e essa parte me incomoda, como incomodava ai, mas as noites são sempre musicais. Como disse, escrevi ao meus brasileiros, espero poder receber suas cartas, mesmo que nos falemos por internet, eu ficaria imensamente feliz de poder lê-los no papel, lembrando de como são suas vozes e trejeitos ao falar.
Já está tarde aqui, hoje teve apresentação do grupo (e para quem não leva jeito pra dançar salsa, eu até que estou tocando direitinho), por incrível que pareça, o cansaço está se chegando. Não vou me alongar mais nessas palavras escritas. Espero, de coração que todos estejam bem, e felizes, pretendo estar de volta para o Natal deste ano, e se for possível, rever todos vocês. A saudade me aperta o peito. Fiquem com Deus!
Um grande beijo, e abraços de óculos escuros!!
Allyson “Castilho” Alves.
Um comentário:
Gostei dessa maluquice !
Sarah Chaves
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