Um calado de muitas palavras.
E assim se disfarça o tímido.
No distinto espírito do músico,
Dorme um futuro bom pai.
Que não seja pretensão assim dizer,
Mas que pareça desejo,
Que pareça um sonho realizável.
Que as crias de agora soem longe
E sejam lidas por muitos.
E se não forem, que seja o melhor.
Esse calado de muitas palavras
Que na sua muda timidez
Não sabe o que dizer.
E na sua característica música,
Aprende a ser ouvido.
E dos viajantes sonhos,
Aprende a escrever.
No espírito-músico fica o som
Que faz a palavra de bem.
E ao som do bem cantado
Dorme e sonha sossegado
O futuro pai, o homem de hoje,
Um filho do passado.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Quarto Minguante - Allyson Alves
De dentro do meu quarto
Nascem coisas que só eu conheço.
E fechado no meu quarto eu moldo,
E faço o parto de partes de mim.
Isolado nesse quarto os vários de mim,
E o lado de fora não influencia.
Pela porta ninguém vai entrar,
Na varanda, ninguém vai chamar.
Pela fresta da janela
Nem lua, nem sol.
Nascem coisas que só eu conheço.
E fechado no meu quarto eu moldo,
E faço o parto de partes de mim.
Isolado nesse quarto os vários de mim,
E o lado de fora não influencia.
Pela porta ninguém vai entrar,
Na varanda, ninguém vai chamar.
Pela fresta da janela
Nem lua, nem sol.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Vagando pelo meu vagão - Allyson Alves
Aqui não ancoro, não pretendo me amarrar,
Nem me enlaçar. Sem vínculos...
Raízes? Amores? Planos? Jamais...
Por mais que me venham, finjo que não.
Por mais que eu queira, teimo que não.
Mas não vou. Não vou por um motivo:
Eu vou, subir a serra, cedo ou tarde.
Vou agora, volto, mas uma hora, não mais.
E o que aqui tiver, eu vou deixar.
Mas de verdade, só a companhia da sombra não basta.
Só o que eu digo, não alimenta.
O que escrevo já não consola.
O que eu canto, mal posso escutar.
E até pro que eu me nego, se deixar eu vou.
É a verdade, que fere meu orgulho gigante, ao dizer.
Mas jamais vou admitir...
Pelo menos até eu pensar diferente.
Não me ancoro porque não sou tão bom assim,
E me lanço pra frente, pra vida.
A vida é minha, passageira, que nem trem.
Minha vida é um trem caipira com tantos vagões:
Um pros amores, paixões e musas, um pros sonhos,
Outro com uma banda de rock tocando incansavelmente,
Um bem grande pra família, um aconchegante pros amigos,
Um só pro meu gênio e outro pra mim, lá no final da fila.
E como o trem caipira a minha vida segue.
Na parada, alguns ficam, outros se chegam,
Uns perdem o trem, outros vem clandestinos.
E na estrada de ferro por onde minha vida se embala
Pode ser que meu trem pare na próxima estação, de vez.
Pode ser que a próxima seja só a minha parada, só minha.
Não me preocupo nem um pouco, eu vou.
No meu vagão solitário e sem saída, compondo,
A partir do olhar que tenho sobre as coisas da vida,
Eu me reservo, e me preparo. Me perco e me acho.
E nas gavetas eu guardo um pouco de cada Allyson.
Meu trem sobe a serra devagar.
A minha mente é mais veloz, e meu gênio, impaciente.
Mas eu espero, e trabalho, e dou um passo de cada vez.
E Deus vai me ajudar a chegar, sei que vai.
Nem que seja pra olhar da janela, do meu vagão
E acenar, sorrindo... “Adeus”!
Nem me enlaçar. Sem vínculos...
Raízes? Amores? Planos? Jamais...
Por mais que me venham, finjo que não.
Por mais que eu queira, teimo que não.
Mas não vou. Não vou por um motivo:
Eu vou, subir a serra, cedo ou tarde.
Vou agora, volto, mas uma hora, não mais.
E o que aqui tiver, eu vou deixar.
Mas de verdade, só a companhia da sombra não basta.
Só o que eu digo, não alimenta.
O que escrevo já não consola.
O que eu canto, mal posso escutar.
E até pro que eu me nego, se deixar eu vou.
É a verdade, que fere meu orgulho gigante, ao dizer.
Mas jamais vou admitir...
Pelo menos até eu pensar diferente.
Não me ancoro porque não sou tão bom assim,
E me lanço pra frente, pra vida.
A vida é minha, passageira, que nem trem.
Minha vida é um trem caipira com tantos vagões:
Um pros amores, paixões e musas, um pros sonhos,
Outro com uma banda de rock tocando incansavelmente,
Um bem grande pra família, um aconchegante pros amigos,
Um só pro meu gênio e outro pra mim, lá no final da fila.
E como o trem caipira a minha vida segue.
Na parada, alguns ficam, outros se chegam,
Uns perdem o trem, outros vem clandestinos.
E na estrada de ferro por onde minha vida se embala
Pode ser que meu trem pare na próxima estação, de vez.
Pode ser que a próxima seja só a minha parada, só minha.
Não me preocupo nem um pouco, eu vou.
No meu vagão solitário e sem saída, compondo,
A partir do olhar que tenho sobre as coisas da vida,
Eu me reservo, e me preparo. Me perco e me acho.
E nas gavetas eu guardo um pouco de cada Allyson.
Meu trem sobe a serra devagar.
A minha mente é mais veloz, e meu gênio, impaciente.
Mas eu espero, e trabalho, e dou um passo de cada vez.
E Deus vai me ajudar a chegar, sei que vai.
Nem que seja pra olhar da janela, do meu vagão
E acenar, sorrindo... “Adeus”!
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Respeite o Beco - Allyson Alves
Estou num beco.
Não é escuro, não é sujo,
Nenhum marginal à minha espreita,
E nada que me atraia nesse beco.
Mas aqui estou sem medo do beco,
E do que me aguarda do lado de lá.
Não é o beco que eu temo.
Temo a mim, e só.
Temo o que farei com o beco,
O que deixarei quando passar.
Como vou pisar no próximo passo
E a quantas o passo vai me deixar caminhar.
Caminho no beco, meu único caminho,
Sem desvio, sem curva, sem placas, sem trilho.
Caminho só, mas não só caminho.
O deixo com marcas, marcas que me envelhecem.
E a cada marca, cada ruga, cada passo,
Cada rumo que eu traço nessa reta
O beco me respeita mais, e se estreita mais,
E me força a provar, enfim, que sou eu que mando nele.
E mando em mim, e me desobedeço.
E me vejo andando, cego do que sou
Mudo de respostas. Surdo de consciência?
De caráter sólido, firme e incontestável.
No fim do beco tem a morte a me esperar.
Mas até lá falta muito, muito pra caminhar.
E o beco se alonga todo dia, porque bem sabe
Que eu ainda tenho muita vida pra andar.
Não é escuro, não é sujo,
Nenhum marginal à minha espreita,
E nada que me atraia nesse beco.
Mas aqui estou sem medo do beco,
E do que me aguarda do lado de lá.
Não é o beco que eu temo.
Temo a mim, e só.
Temo o que farei com o beco,
O que deixarei quando passar.
Como vou pisar no próximo passo
E a quantas o passo vai me deixar caminhar.
Caminho no beco, meu único caminho,
Sem desvio, sem curva, sem placas, sem trilho.
Caminho só, mas não só caminho.
O deixo com marcas, marcas que me envelhecem.
E a cada marca, cada ruga, cada passo,
Cada rumo que eu traço nessa reta
O beco me respeita mais, e se estreita mais,
E me força a provar, enfim, que sou eu que mando nele.
E mando em mim, e me desobedeço.
E me vejo andando, cego do que sou
Mudo de respostas. Surdo de consciência?
De caráter sólido, firme e incontestável.
No fim do beco tem a morte a me esperar.
Mas até lá falta muito, muito pra caminhar.
E o beco se alonga todo dia, porque bem sabe
Que eu ainda tenho muita vida pra andar.
domingo, 4 de julho de 2010
As linhas tortas - Allyson Alves
Tenho escrito sim, por essas linhas tortas.
As linhas retas te levam com segurança.
Nem sempre eu acho graça...
Quero um pouco de aventura.
Ao mesmo tempo quero paz.
E percebo que é uma grande aventura
Viver em busca da paz.
Que nem sempre se percebe.
É inverno, e o frio me dói os ossos,
Resfria a face, resseca os lábios.
Estes que não beijam como antes.
Lábios meus que pouco falam.
Falo mesmo por estas letras encaixadas
Desajustadas e não direcionadas.
Apoiadas em linhas tortas...
Pra ter um gostinho de aventura.
As linhas retas te levam com segurança.
Nem sempre eu acho graça...
Quero um pouco de aventura.
Ao mesmo tempo quero paz.
E percebo que é uma grande aventura
Viver em busca da paz.
Que nem sempre se percebe.
É inverno, e o frio me dói os ossos,
Resfria a face, resseca os lábios.
Estes que não beijam como antes.
Lábios meus que pouco falam.
Falo mesmo por estas letras encaixadas
Desajustadas e não direcionadas.
Apoiadas em linhas tortas...
Pra ter um gostinho de aventura.
sábado, 3 de julho de 2010
Embolada - Allyson Alves
A noite anda meio calada
E eu tão a fim de papo...
As estrelas hoje não me dizem nada
Eu me sinto como quase nada.
As minhas mãos estão cansadas,
Faço canções, acordes e notas que nunca são notadas.
As minhas palavras deixo anotadas.
E noto que nada mais faço por mim.
A noite continua calada
Assim parece que o tempo não passa.
E passo pro papel as minhas histórias.
Escritas em linhas imaginárias.
Frente ao espelho eu escondo a minha cara.
Nem tenho cara pra me encarar assim cara-a-cara.
Tenho algumas fraquezas que deixo guardadas,
E alguma destreza um pouco confusa... Embolada.
E a minha vida segue embalada ladeira acima.
Segue sangrando e cicatrizando, segue afiada.
E no fio da lâmina da minha vida, corto a escuridão.
Talvez cortando a língua dessa noite... Tão calada.
E eu tão a fim de papo...
As estrelas hoje não me dizem nada
Eu me sinto como quase nada.
As minhas mãos estão cansadas,
Faço canções, acordes e notas que nunca são notadas.
As minhas palavras deixo anotadas.
E noto que nada mais faço por mim.
A noite continua calada
Assim parece que o tempo não passa.
E passo pro papel as minhas histórias.
Escritas em linhas imaginárias.
Frente ao espelho eu escondo a minha cara.
Nem tenho cara pra me encarar assim cara-a-cara.
Tenho algumas fraquezas que deixo guardadas,
E alguma destreza um pouco confusa... Embolada.
E a minha vida segue embalada ladeira acima.
Segue sangrando e cicatrizando, segue afiada.
E no fio da lâmina da minha vida, corto a escuridão.
Talvez cortando a língua dessa noite... Tão calada.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Desabafo n°3 - Allyson Alves
Ando fazendo juras de amor eterno
Pra quem quiser aproveitar qualquer palavra,
Qualquer frase ou verso que eu diga,
Que eu repita, que eu me contradiga,
Ou que me faça contrariar.
Faço sempre juras de amor eterno
Querendo que vingue, ou não querendo.
Querendo que seja mentira, que seja verdade,
Querendo fingir que não quero querer jurar.
Mas quero. E quero escrevê-las pro vento não levar.
De cá com minhas juras de amor eterno,
Que nunca chegam a nenhum lugar.
Lugar nenhum de onde não me respondem,
Mas também não me dizem pra não mais jurar.
Eu juro. Juro mesmo, amor eterno.
Juro porque é verdade, e se é verdade,
Não há pecado no meu juramento,
Nem no estranho acontecimento
Do que chamam de amar.
Amo mesmo essa vida, que me ensina.
Vida que me permite tombos e conquistas.
Vida essa companheira, que na falta de companhia,
Me permite vir às palavras, e acompanhar.
Faço dessas pobres e simples palavras
Nem um pouco rebuscadas,
Nem tão bem trabalhadas,
Me fazer jurar, que tenho comigo amor eterno.
Tenho comigo a permissão de jurar
E estou a jurar amor eterno
Pra quando vier, pra quanto vier a durar.
Eterno é o amor, enquanto se pode amar.
Eternas são as juras, enquanto ser pode jurar.
Só eu não sou eterno, pra saber se vai vingar.
Pra quem quiser aproveitar qualquer palavra,
Qualquer frase ou verso que eu diga,
Que eu repita, que eu me contradiga,
Ou que me faça contrariar.
Faço sempre juras de amor eterno
Querendo que vingue, ou não querendo.
Querendo que seja mentira, que seja verdade,
Querendo fingir que não quero querer jurar.
Mas quero. E quero escrevê-las pro vento não levar.
De cá com minhas juras de amor eterno,
Que nunca chegam a nenhum lugar.
Lugar nenhum de onde não me respondem,
Mas também não me dizem pra não mais jurar.
Eu juro. Juro mesmo, amor eterno.
Juro porque é verdade, e se é verdade,
Não há pecado no meu juramento,
Nem no estranho acontecimento
Do que chamam de amar.
Amo mesmo essa vida, que me ensina.
Vida que me permite tombos e conquistas.
Vida essa companheira, que na falta de companhia,
Me permite vir às palavras, e acompanhar.
Faço dessas pobres e simples palavras
Nem um pouco rebuscadas,
Nem tão bem trabalhadas,
Me fazer jurar, que tenho comigo amor eterno.
Tenho comigo a permissão de jurar
E estou a jurar amor eterno
Pra quando vier, pra quanto vier a durar.
Eterno é o amor, enquanto se pode amar.
Eternas são as juras, enquanto ser pode jurar.
Só eu não sou eterno, pra saber se vai vingar.
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