Nego-te meu amor, porque dele não precisas;
Nego-te o beijo, pois culparia o resto da vida;
Nego-te outro olhar, pra que estragos não causem;
Nego-te o acordo, o que é natural de mim;
Dou-te a mão, se só ela quiseres;
Dou-te atenção, sempre que precisares;
Dou-te carinho, se carente um dia ficares;
Dou-te paz, se assim desejares;
Nego-lhe o perto, pois de longe já me vês;
Nego-lhe matar, a fome do que escreves;
Nego-lhe a face, minha, que desconheces;
Nego-lhe por bem, tudo o que de mim duvidas;
Dou-te um sopro de calor, se frio sentires;
Dou-te raiva e um tremendo temor, se assim for;
Dou-te quase nada, pelo bem do que bem sabes;
Dou-te o que sempre sou: nada além de paixão;
Nego-lhe o bem de fazer tua vontade;
Nego-lhe as respostas, reais, mal disfarçadas;
Nego-lhe também, pelo vício prazeroso de negar;
Nego-lhe o bem que te enganas ao imaginar;
Dou-te coragem, mas não sei se percebes;
Dou-te verdades que não ouves ou não conheces;
Dou-te liberdade, porque sei que envaidece;
Dou-te a escolha, que não me cabe, que não me deves.
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