Não dá pra ser bom em todo momento,
Nem confortar todo sentimento,
Nem demonstrar tudo que se é por dentro.
Lamento, mas seria um grande veneno
Fingir desconhecer o mandamento
E plantar desgraça e sofrimento.
Sei o que se passa, e nunca escondemos!
Que se disfarça na graça, entre os desatentos
Que não vêem o que há. E assim torcemos.
Não dá pra fingir, e às vezes esquecemos.
Que ninguém saiba. O perigo que não vemos.
Que se entranha a cada palavra, no silencio do que lemos.
Lamento. Pra ti, é tudo que tenho.
Longe da vontade do que sozinho desenho,
Na cumplicidade escondida do meu pensamento.
No oceano salgado que me inundou o peito
Tento afogar o que há. Pra salvar o que respeito.
E deixar que sucumba, suavemente, num espaço estreito.
Desculpe a minha falta de jeito
De falar e escrever nesse entremeio.
Sei de tudo que existe e talvez não deva ser feito.
Lamento. Por eu ser esse sujeito.
Que isso te fez. Se fará mais, já não creio,
Além de versos controversos e olhares cínicos, suspeitos.
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