sexta-feira, 21 de maio de 2010

Carolina - Allyson Alves

É a segunda que me aparece.
Recentemente...
Pra me assombrar?
Pra parecer mera coincidência?
É a terceira da história.
Não... É a quarta.
A primeira virou música.
Olhos verdes...
Ainda não sei por que me fascinam tanto,
Porque tanto me prendem, me iludem,
E me atraem.
E depois disso, sempre desaparecem.
Cabelos de fios dourados.
Todas têm, algumas mais, outras menos.
Algumas mais escuro, outras mais claro...
Como a última.
Ah... A última...
Contrariou a lei de Murphy,
Superou a minha timidez, duas vezes:
Me fazendo falar, e sendo mais tímida que eu.
A moça surgiu.
Numa hora improvável, num lugar improvável,
Num dia improvável e incomum,
Por uma situação improvável e incomum.
Sentou-se num lugar improvável, e não saltou do ônibus
Onde eu suspeitei que provavelmente saltasse.
E tudo isso foi extremamente incomum!
Suspeitando (e tendo quase certeza) de que
Não iria me perdoar se a deixasse ir assim,
Da mesma forma que veio, de repente,
Passei por cima da vergonha (mas não rapidamente)
E perguntei (me consumindo de vergonha):
- Você gosta de música?
E veio a resposta (tão envergonhada quanto):
- Sim, eu gosto.
Aí eu a convidei... Mas não sei se ela vai.
Queria que fosse, seria legal.
E seria incomum.
Mas é bem improvável que ela vá.
Sei mesmo é que conversamos um pouco.
Até rimos um pouco.
Duas pessoas envergonhadas conversando
Já é engraçado;
Duas pessoas envergonhadas e desconhecidas
Conversando num ônibus, de madrugada,
É muito mais engraçado.
Eram quase duas horas,
E ela saltou num ponto bem incomum
Praquele horário, praquela moça.
Ela anunciou e desceu. Os olhos dela ficaram...
Pra me assombrar talvez.
Os meus olhos a seguiram, queriam ir junto.
Ela se foi, deixou só o nome.
Que pode ser falso.
Mas não importa...
Naquela noite
Eu conheci a Carolina.

2 comentários:

**Palavras e Cia** disse...

uhuhuhuh...rs

V disse...

Carolina..
Menina bela, menina bela...