A voz que canta palavras
Valeu-me pela madrugada
Mas a noite terminou fria.
Sozinho no rumo de casa
Aonde olhava ela não estava
E eu ainda me despedia.
Os olhos que me encaravam
Desviam os meus, sem graça
É a vergonha que me aparece
Tão perto, não te tocava
Havia um muro, uma longa estrada
Ela é uma armadilha.
Por vezes eu ri, do nada
Por vezes poupei palavras
Ou coisas que envaidecem
Amigos, na madrugada, se acham,
Falam, ouvem, vivem e se perdem
Nem sempre se percebem
A noite ficou mais clara
O dia pesou na cara
Com traços que me envelhecem
E penso que minhas cartas nunca chegam
Nunca dizem nada, nunca valem
São respostas pra quem as escreve.
No fim todos se separam
Retornam às suas casas
Sentem vazio e alívio
A voz que me cantou palavras
Ficou guardada na memória
Na história da melhor companhia.
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